Não nasci
nesta vila
Mas
pronunciei minha primeira
Palavra em
tupi aqui
E pintei
meu olhar
Com estes
crepúsculos caleidoscópicos
Que
entranhou para sempre
Nos meus
nervos ópticos
Fui
recebido pelas flores seus perfumes
Aromáticos
A
misteriosa flor do maracujá
A flor
elíptica do biriba
As papoulas
vermelhas
Seus
delírios
Seus
narcóticos
Seus alcalóides
violetas
Antes de
ler Gonçalves Dias
Já tinha
escutado o sabiá
Bebido as
seivas das palmeiras
Tomado
tucupi
Patuá açaí
Jaraqui com
murupi
Comido
bacuri
Olhado a
vida pelos olhos do guaraná
Me banhado
nos igarapés
E nos mares
do luar
Me
embriagado nos acordes
Das
nereidas
Nas cuias
de aluar
Mas um dia
aquele batelão
Arrancou-me
da poética
Beradeira
Minha doce
solidão repleta
De
borboletas azuis
Mangueiras
de japiins
E sanhaçus
Onde minha
existência
Era minha
causa sui
E me atirou
como uma baladeira
Para outra
eira
Onde ouvi
falar da guerra
Dos seis
dias
Vi-me
refletido nas vitrines
E mui
docemente viajei
Na Maria
Fumaça
Começando a
trilhar
O ocidente.
Luiz Alfredo - poeta
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